sábado, 21 de fevereiro de 2009

USO HONESTO DE GRÁFICOS

Os gráficos são poderosos mapas que nos guiam através dos números. Eles oferecem um quadro visual dos números que antes pareciam intimidadores, mas agora parecem muito mais agradáveis e convidativos. Gráficos mostram visualmente quantidades medidas por meio do uso combinado de pontos, linhas, formas geométricas, algum sistema coordenado, números, símbolos, palavras e cores.

Na pequena extensão de um olhar temos todas as informações que os números trazem desenhadas na forma de linhas, áreas, pontos e muitos outros recursos gráficos. Podemos facilmente compará-los, perceber tendências ou as relações entre as parcelas e o todo, e podemos realizar estas tarefas com muito mais rapidez.

O uso figuras abstratas para mostrar números é uma invenção recente, com suas primeiras aparições significativas ocorrendo por volta do final do século XVIII, principalmente em estudos científicos e trabalhos de engenharia e estatística. E isto ocorreu bem depois de triunfos da matemática como os logaritmos, coordenadas Cartesianas, o cálculo integral, e o básico da teoria da probabilidade. Talvez tenha sido assim devido à diversidade de habilidades requeridas para desenhar gráficos – conhecimentos matemáticos, pensamento estatístico, habilidades artísticas - numa época em que não existia o auxílio de computadores, calculadoras e ferramentas gráficas.

Mas gráficos não são simples substituições de conjuntos de números; quando usados apropriadamente, tornam-se instrumentos para o raciocínio sobre informações quantitativas. Por isso, gráficos não são simplesmente veículos neutros de comunicação. Eles não somente mostram dados. Embora algumas pessoas possam defender a integridade dos gráficos com o ditado de que “os números não mentem”, essa pequena peça da sabedoria popular não é aplicável aos gráficos, embora possa ser verdade para os números.

Gráficos são maneiras de reduzir e interpretar dados para acompanhar uma mensagem. Existe pelo menos uma maneira de interpretar os dados em um gráfico, mesmo que não seja o modo que o desenhista escolheu. A conclusão disso, como Tufte [TUFTE, Edward Rolf, Visual and Statistical Thinking; Displays of Evidence for Making Decisions. Cheshire: Graphics Press, 2005, pág. 23] defende, é que há maneiras corretas e erradas de mostrar dados; há visualizações que revelam a verdade e há visualizações que não.

Então não é por acaso que gráficos são extensivamente usados na mídia, na publicidade, em relatórios técnicos, relatórios anuais de empresas e em qualquer outro lugar onde seja necessária uma representação sumarizada e visual de uma grande quantidade de números, e ao mesmo tempo, o produtor está interessado em transmitir uma mensagem específica.

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