quarta-feira, 6 de maio de 2009

EVOLUÇÕES RETRÓGRADAS - CASO 1

A ânsia por criar gráficos em três dimensões é tão grande que não se contenta com gráficos circulares transformados em tortas flutuantes ou em rodas. É também necessário dar profundidade à linha de um gráfico de evolução, que teoricamente não tem profundidade.

O gráfico abaixo transforma uma linha num plano quando adiciona a dimensão de profundidade, o que não traz informação nova, mas apenas confusão. É esperado do leitor que ele acompanhe a linha formada pela parte da frente ou de trás do plano?

Além disso, a escala vertical não começa no zero, aumentando a percepção da variação. Se colocada numa escala de base zero, o gráfico mostraria quase uma constante.

Este gráfico apresenta apenas seis números (três anos, e três valores), e ocupa uma área considerável do relatório. É um exemplo de representação de dados de baixíssima densidade. Poucas publicações têm uma densidade de dados por centímetro quadrado tão baixo como este gráfico. Seria muito melhor ter usado uma tabela, que ocuparia uma fração do espaço e realizaria o mesmo trabalho.

Gráfico do relatório de um programa social do governo brasileiro, mostrando a evolução dos recursos aplicados. Um gráfico de evolução espaçoso e em 3D para representar apenas seis números. Uma tabela teria realizado o mesmo trabalho ocupando apenas uma fração do espaço deste gráfico.

0 comentários:

Postar um comentário